Fusobacterium

Fusobacterium: São microorganismo anaeróbios Fusiformis que podem ser encontrados  que podem ser encontrados na cavidade oral,nos tratos genitais,gastrintestinal e respiratório superior. Eles freqüentemente estão envolvidos nos mesmo tipos de infecção que as amostras pigmentadas de Prevotella e Porphyromonas.

A espécie mais comum na cavidade oral é o Fusobacterium nucleatum (anteriormente denominada F.Fusiformis). Com a aplicação de métodos de identificação genotípica, pelas técnicas da biologia molecular, foi proposta a divisão deste microorganismo em três subespécies: nucleatum, polymophum e vicentii.

F.periodonticum é outra espécie que também tem sido isolada na cavidade oral, geralmente associada á doença peridontal virulento pode causar infecção severas em crianças e em jovens adultos. Está envolvido principalmente em abscessos peritonsilar, em tromboflebites sépticas da veia jugular, em empiema pleural, normalmente com multiplicas metástases, formando abscessos no pulmão, no espaço pleural, no fígado em grandes articulações relacionado também com bacterimias. Outras duas espécies, F. mortiferum e F.varium são isoladas principalmente de pacientes com infecções intra-abdominais. Eritromicina e os mais recentes macrolídeos, que normalmente são utilizados em infecções de trato respiratório superior, não têm atividade contra amostras de fusobacterium sp.

 

Causas

Na maioria absoluta dos casos, a origem está na boca. O odor característico vem de substâncias voláteis produzidas pela ação de bactérias anaeróbias, Fusobacterium e Actinomyces, que existem normalmente na cavidade oral, uma vez que são auxiliares no processo de digestão.

    A proliferação destas bactérias é a causa da halitose. Assim, se eliminarmos as condições que propiciam seu aumento, geralmente conseguimos eliminar o odor.

Fatores Bucais

Muitas condições bucais favorecem o aumento da população de bactérias causadoras do hálito característico. O mais comum é o acúmulo de detritos ou restos alimentares na boca que "alimentam" estas bactérias.

Situações que Favorecem o Acúmulo de Detritos Bucais

Má higiene oral:

  • (escovação insuficiente e não utilização de fios e fitas dentais. Pessoas com próteses e aparelhos ortodônticos necessitam de higiene mais cuidadosa).

Doença periodontal:

  • (gengivite crônica).

Língua pilosa

Xerostomia (boca seca)

  • (doenças como a diabetes, distúrbios vasculares, “stress, etc., diminuem a produção de saliva, ressecando a boca e diminuindo seu “auto-enxagäamento”, facilitando o acúmulo de detritos”.).

 

Respiração oral

 

Amigdalite crônica caseosa

 

  • (certas pessoas, principalmente aquelas que tiveram muitas infecções de garganta na infância, têm orifícios nas amígdalas, as criptas amigdalianas, por onde o alimento penetra e entra em decomposição pela ação das bactérias. O alimento decomposto, denominado "caseo", muitas vezes pode ser visto, é geralmente confundido com pus e tem odor fétido).

 

Descrição do Agente

 

Para o tratamento de doenças devidas a microrganismos, freqüentemente são utilizados antimicrobianos, que podem ser segundo alguns autores, antibióticos e quimioterápicos.

Os termos quimioterápico e antibiótico atualmente são usados como sinônimos. Tanto antibióticos como quimioterápicos agem como moléculas químicas que interferem em alguma via metabólica de um microrganismo ou célula alvo. A diferença básica entre esses dois agentes residiria em sua origem: o antibiótico é quase sempre de origem biológica (embora alguns antibióticos possam atualmente ser sintetizados em laboratório) e o quimioterápico é de origem química.

O fármaco antimicrobiano ideal do ponto de vista da terapêutica deve exibir, dentre outras características, toxicidade seletiva. Em muitos casos a seletividade é mais relativa do que absoluta, sendo o antimicrobiano capaz de lesar o parasito em concentrações que não lesam o hospedeiro. Esse fármaco ideal deve apresentar também uma posologia que possibilite uma fácil adesão ao tratamento por parte do paciente, e não deve induzir resistência rapidamente.

A toxicidade seletiva depende, em geral, da inibição de processos bioquímicos que são essenciais ao parasita mas não ao hospedeiro. Embora o mecanismo de ação de muitos antimicrobianos ainda não esteja bem esclarecido, podemos citar alguns:

  1. Inibição da síntese da parede celular (Bacitracina, Cefalosporinas, Ciclosserina, Penicilinas, Vancomicina)
  2. Alteração da permeabilidade da membrana celular ou do transporte ativo através da membrana celular (Anfotericina B, Azóis, Polienos, Polimixanas).
  3. Inibição da síntese de proteína (isto é, inibição da tradução e transcrição do material genético) – (Aminoglicosídicos, Tetraciclinas, Macrolídeos [Eritromicinas]. Cloranfenicol, Lincomicinas).
  4. Inibição da síntese de ácido nucléico (Quinolonas, Pirimetamina, Rifampicina, Sulfonamidas, Trimetoprima)

Os agentes antimicrobianos são quase sempre descritos como bacteriostáticos ou bactericidas. O termo bacteriostático descreve um fármaco que inibe temporariamente o crescimento de determinado microrganismo. O sucesso terapêutico desses fármacos quase sempre depende da participação de mecanismos de defesa do hospedeiro. Um bacteriostático quando retirado possibilita a retomada do crescimento do microrganismo, podendo ocorrer reinfecção ou recidiva da doença. As tetraciclinas e as sulfonamidas são bacteriostáticos típicos.

O termo bactericida refere-se a fármacos que provocam a morte do microrganismo. Os b-lactâmicos ( penicilinas, cefalosporinas) e os aminoglicosídicos são bactericidas típicos.

Quando há uma infecção que não pode ser controlada ou erradicada por mecanismos do hospedeiro é tipicamente necessário o uso de fármacos bactericidas, uma vez que o uso de um bacteriostático pode implicar em recidiva da doença assim que se retire o fármaco. Em algumas doenças erradicáveis por um hospedeiro com mecanismos de defesa normais, desde que estas defesas estejam funcionando corretamente, pode se utilizar um fármaco bacteriostático.

É interessante dizer que os conceitos de bactericida e de bacteriostático são relativos. Um fármaco bacteriostático pode ser bactericida em alguns casos, como por exemplo se for usado por longo período de tempo. Fármacos bactericidas podem não ser capazes de matar certas populações microbianas, como, por exemplo, penicilina G e enterococos

 

Fatores de virulência

O papel das bacterias na etiologia das infecções endodônticas periapicais tem sido intensamente estudado, sendo que, o sucesso do tratamento endodôntico de canais radiculares com polpa necrótica está diretamente relacionada à diminuição ou eliminação do conteúdo séptico desses locais, o que se obtém por meio do preparo biomecânico e uso de curativos de demora. O objetivo deste trabalho foi verificar a sucetibilidade, in vitro, do F nucleatum isolado de dentes com polpa necrótica, à clorexidina, amoxilina e metronidazol, e avaliar os efeitos de concentrações subinibitórias dessas drogas sobre a atividade homolítica, hidrofobicidade, atividade proteolítica, atividade de DNase, capacidade hemaglutinante e sucestibilidade ao soro dos isolados. Foram testados 21 amostras isoladas de F. nucleatum, obtidas de dentes com polpa necrótica e identificadas de acordo com suas caracteríticas fenotipicas. As concentrações inibitórias mínimas de amoxicilina, metronidazol e clorexidina para os isolados foram obtidas pelo método de macrodiluição em caldo. Todos os isolados mostraram-se sensíveis à amoxicilina, clorexidina, metronodizol. A maioria dos isolados não mostrou atividades de caseinase, foi capaz de hemolisar eritrócitos, produziu DNase, foi hidrílica, suscetível ao soro, hemaglutinou e nenhum isolado produziu gelatinase. Embora o metronidazol e a amoxicilina não tivesse afetado significativamente os fatores de virulência estudados, a clorexidina reduziu a atividade hemolítica (p=0,005) e a degradação de caseína (p=0,036) pelos isolados testados. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo teste qui-quadrado de MacNemar (P maior que 0,05). Conclui-se que concentrações subnibitórias de diferentes de drogas podem alterar importantes fatores de virulência de F.nucleatum, afetando com isso a virulência microbiana in vitro(A

 

Tratamento

 O tratamento deve ser feito por médico ou dentista, conforme o caso. Os principais:

        1-Higienização dental adequada e lingual nos casos de língua pilosa.

        2-Propiciar aumento na quantidade de saliva. Aumentar o número de refeições e hidratação oral adequada ajudam bastante.

        3-Tratar as doenças infecciosas de vias aéreas superiores e/ou doenças causadores de halitose, conforme citado acima..

        4-Nos portadores de caseo, a única solução possível é cirúrgica, seja a amigdalectomia convencional ou através da criptólise à LASER, realizada com anestesia local. Neste caso não se extraem as amígdalas completamente, apenas a parte que apresenta as criptas é vaporizada. .

I.PENICILINAS

Penicilina

É indicada para tratamento de infecções moderadas ou severas, causadas por agentes hemolíticos dos grupos A, B, C, Dbsensíveis, como os estreptococos  (particularmente S. bovis) e G, os estreptococos viridantes, o pneumococo sensível à penicilina, o meningococo, o gonococo sensível à penicilina, o enterococo (E. faecalis, em associação com gentamicina), de infecções causadas por Bacillus anthracis (anthrax, em associação com doxiciclina ou estreptomicina), por bactérias do gênero Leptospira (leptospirose), Corynebacterium diphtheriae (difteria), Pasteurella multocida (relacionada com mordedura animal infectada), Streptobacillus moniliformis e Spirillum minus (causadoras da febre da mordedura do rato), pelas espiroquetas Treponema pallidum (sífilis), T. pertenue (bouba), Borrelia recurrentis (febre recurrente) e B. burgdorferi (doença de Lyme), pelos anaeróbios Actinomyces israelii (e outras espécies do gênero, relacionadas com actinomicose), Clostridium tetani (tétano), Clostridium perfringens (e outras espécies, relacionadas com a gangrena gasosa) e outros, como os Lactobacillus, Fusobacterium, Peptococcus e Peptostreptococcus. Indicada também, para a profilaxia de infecções estreptocócicas e pneumocócicas, em pacientes susceptíveis.

A Penicilina G Cristalina é empregada em infecções moderadas ou severas, como pneumonia, endocardite, meningite ou sepse. A posologia varia, na dependência da doença, de 100.000 a 400.000 U/kg/dia (casos com meningite ou endocardite), aplicada a cada quatro ou seis horas, preferencialmente por via endovenosa. A correspondência entre unidades internacionais (U) e miligramas (mg) é padronizada e depende do sal da penicilina G: 1.667 U/mg, para o sal sódico e 1.595 U/mg, para o potássico. A forma congênita da sífilis deve ser tratada com esta preparação da penicilina,            por     um     período         mínimo         de      dez    a         14      dias.

A Penicilina G Procaína é indicada para infecções leves ou moderadas, quando a via oral não pode ser utilizada. A dose recomendada varia de 25.000 a 50.000 U/kg/dia, em intervalos de 12 ou 24 horas, por via intramuscular. A correspondência entre unidades internacionais e miligramas      é                                 de      1.000 U/mg.

A Penicilina G Benzatina é utilizada no tratamento de faringo-amigdalite estreptocócica, impetigo, sífilis primária latente precoce (com menos de um ano de duração) e na profilaxia de infecção estreptocócica ou pneumocócica. A dose preconizada é de 50.000 U/kg para crianças até 25 kg e 1.200.000 U para aquelas com peso acima de 25 kg, sempre por via intramuscular. Esta dose deve ser repetida a cada 21 a 28 dias, para a profilaxia da infecção estreptocócica em pacientes com febre reumática. A correspondência entre unidades internacionais         e         miligramas   é         de      1.334 U/mg.

Penicilina

Recomendada para infecções leves, causadas por bactérias muito sensíveis. Possui o mesmo espectro que a penicilina G, com menor potência contra os Gram negativos (meningococo, gonococo e H. influenzae) e anaeróbios. É útil na transição para o tratamento ambulatorial de infecções tratadas inicialmente com a penicilina G cristalina, tais como a infecção de pele e subcutâneo e a actinomicose. Utilizada também, na profilaxia da infecção estreptocócica em pacientes com febre reumática, ou pneumocócica, em portadores de asplenia funcional ou anatômica.

Para o tratamento de infecções estreptocócicas (faringo-amigdalite, impetigo ou celulite) a dose recomendada é de 25 a 50 mg/kg/dia, a cada 6 ou 8 horas. No caso da faringo-amigdalite, o intervalo das doses pode ser de 12 horas e a duração, deve ser de dez dias. A dose profilática é de 125 mg para crianças até cinco anos (ou 20 kg) e 250 mg, para aquelas acima desta idade (ou     peso).

Oxacilina

Indicada para infecções moderadas ou severas, causadas por estafilococos resistentes à penicilina G e simultaneamente sensíveis à oxacilina. Sua potência de ação  hemolíticos é menor do que a da penicilina. Para obcontra os estreptococos tratamento de infecções estafilocócicas comunitárias, como a pneumonia, osteomielite aguda ou celulite, a dose é de 100 a 200 mg/kg/dia (máximo de 12 g/dia), de 4/4 ou 6/6 horas, preferencialmente por via endovenosa. Nas infecções severas, como pneumonia extensa, sepse e endocardite, a gentamicina pode ser acrescentada ao esquema, durante os três ou cinco primeiros dias de tratamento.

Ampicilina

Empregada em infecções moderadas ou severas, causadas por bactérias sensíveis, como os estreptococos (mesmo espectro da penicilina), o meningococo, o H. influenzae e a M. catarrhalis (não  lactamases) e cepas sensíveis de P. mirabilis, Shigella,bprodutores de  Salmonella e E. coli. A despeito da maior potência, em relação à penicilina, contra Listeria monocytogenes e enterococos (E. faecalis), a ampicilina quando empregada nestas infecções, deve ser sempre associada a um aminoglicosídeo (em geral, a gentamicina). Apesar de disponível em apresentações para uso oral, a ampicilina deve ser reservada para uso parenteral, pois para as infecções leves a moderadas a amoxicilina, por via oral, constitui melhor opção. Em geral, a ampicilina é associada a um aminoglicosídeo ou à cefotaxima, para infecções graves no período neonatal ou ao cloranfenicol, para o tratamento de meningite em crianças com idade entre três e 60 meses (a ampicilina não deve ser empregada bisoladamente, pois 10% a 40% das cepas de H. influenzae B são produtoras de lactamases). A dose varia de 100 a 300 mg/kg/dia (máximo de 12 g/dia)          em     quatro           aplicações   diárias.

Com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de endocardite infecciosa, indivíduos susceptíveis, quando submetidos a procedimentos invasivos de risco, devem receber quimioprofilaxia. Para os procedimentos invasivos da cavidade oral incluindo procedimentos dentários, do trato respiratório ou do esôfago, a droga de escolha é a amoxicilina, na dose de 50 mg/kg (máximo de 2 g), tomada uma hora antes do procedimento. Crianças incapazes de ingerir a medicação oral podem receber a ampicilina na mesma dose, aplicada por via parenteral, cerca de 30 minutos antes do procedimento. Para o manuseio do trato gastrintestinal ou gênito-urinário, a gentamicina é aplicada simultaneamente, na dose de 1,5 mg/kg (máximo de 120 mg) e o esquema é complementado com uma dose adicional de amoxicilina ou ampicilina (25 mg/kg, bpara ambas), seis horas após. Em indivíduos alérgicos à penicilina, o  lactâmico é substituído pela vancomicina, na dose única de 20 mg/kg (máximo de            1,0     g),      infundida            por     uma   ou      duas  horas.

Ampicilina/Sulbactam

Utilizada para tratamento empírico de infecções moderadas a severas, causadas por bactéria cuja lactamases, tais como S. bresistência à ampicilina decorre da produção de  aureus sensível à oxacilina, gonococo, H. influenzae, M. catarrhalis, E. coli, P. mirabilis. P. vulgaris, Klebsiella, Salmonella, Shigella, Acinetobacter e alguns anaeróbios (Bacteroides e Prevotella). Entretanto, o sulbactam não inibe  lactamases cromossômicas, induzidas em bactérias do gênero P. aeruginosa,bas  Serratia, Enterobacter e Citrobacter. Constituem indicação, as infecções hospitalares abdômino-pélvicas, respiratórias, urinárias, de pele e tecido subcutâneo ou generalizadas, com etiologia mista (agentes aeróbios associados a anaeróbios) e múltipla (mais de um agente envolvido). Devem ser prudentemente evitadas em pacientes com meningite. Esta combinação representa uma alternativa ao esquema oral, no tratamento empírico inicial de infecção de mordedura (humana ou animal). Recentemente, foi lançado o produto para uso oral, cujas principais indicações, à semelhança da amoxicilina/clavulanato, são as infecções respiratórias (otite média aguda, sinusite, pneumonia)   e                                               as       de      peles             e          tecido            subcutâneo.

A dose varia de 100 a 300 mg/kg/dia (dose máxima de 12 g da ampicilina/dia), a cada seis horas,    por            via      endovenosa.

Amoxicilina

Recomendada para infecções leves a moderadas, causadas por bactérias sensíveis (mesmo espectro da ampicilina), tais como otite média aguda, sinusite aguda, bronquite, pneumonia comunitária e faringo-amigdalite estreptocócica. Recentemente, tem sido empregada para a erradicação do Helicobacter pylori, em associação com outro antimicrobiano eficaz, como a claritromicina, e um inibidor da bomba de prótons, como o omeprazol. É útil, também, na transição para tratamento ambulatorial de infecções tratadas inicialmente com a penicilina G cristalina ou ampicilina, tais como a pneumonia, a celulite e a actinomicose. A dose terapêutica é de 40 a 50 mg/kg/dia (máximo de 1,5 g/dia), por via oral, de 8/8 horas. Frente a suspeita (indicadores epidemiológicos) ou confirmação da etiologia por pneumococo resistente à penicilina, a dose deve ser aumentada para 80 a 90 mg/kg/dia, em duas a três tomadas. Para a profilaxia de infecção pneumocócica em pacientes asplênicos, anatômicos ou funcionais, a dose é de 20 mg/kg/dia, uma vez ao dia. Em face da pressão seletiva exercida pela penicilina sobre as bactérias sensíveis, esta medida           tem    sido   recentemente            questionada.

A amoxicilina é recomendada para a profilaxia de endocardite infecciosa, conforme exposto no      item            “Ampicilina”.

Amoxicilina/Clavulanato

Empregada em infecções leves a moderadas, causadas por bactérias cuja resistência à amoxicilina decorre da lactamases, tais como H. influenzae (cerca de 40% das cepas), M. bprodução de  catarrhalis (mais de 75% das cepas), S. aureus sensível à oxacilina, gonococo ou cepas de E. coli, P. mirabilis, P. vulgaris, Klebsiella, Salmonella, Shigella e por anaeróbios (Bacteroides, Prevotella). São, em geral, infecções localizadas no trato respiratório (otite média, sinusite, celulite retro-orbitária), gênito-urinário (infecção gonocócica, infecção urinária) ou em pele e subcutâneo (celulite hematogênica em face ou extremidades, sem porta de entrada na pele; mordedura humana ou de animais, infectada). Está disponível no mercado, uma combinação de amoxicilina/sulbactam, cujas indicações e posologia são superponíveis às da amoxicilina/clavulanato. A dose recomendada para a formulação 4:1 é de 20 a 45 mg/kg/dia (máximo de 1,5 g/dia), por via oral, em duas a três tomadas, e para a formulação 7:1,        de            45      mg/kg/dia,     em     duas  doses.

Carbenicilina/Ticarcilina

Utilizadas no tratamento de otite média crônica supurada, de otite externa maligna e de infecções severas, de aquisição intra-hospitalar, nas quais há a suspeita ou confirmação da participação da P. aeruginosa. A ticarcilina é mais ativa, in vitro, contra P. aeruginosa, mas com ambas, a associação com aminoglicosídeo é justificada pela obtenção de efeito sinérgico e pela prevenção do desenvolvimento de resistência. Apenas em infecções urinárias localizadas, causadas por cepas de P. aeruginosa sensíveis às carboxipenicilinas, a associação é dispensável, considerando a elevada concentração da forma ativa da droga, alcançada na urina. Para o tratamento das infecções abdômino-pélvicas, respiratórias, de pele e tecido subcutâneo, urinárias, otológicas ou generalizadas, a dose, sempre por via endovenosa, é de 200 mg a 600 mg/kg/dia, a cada quatro ou seis horas, para a carbenicilina, e de 100 a 300 mg/kg/dia (máximo de 24 g/dia), a cada seis horas, para           a         ticarcilina.

Ticarcilina/Clavulanato

Recomendada para o tratamento de otite média crônica supurada, de otite externa maligna e de infecções moderadas ou graves, causadas por H. influenzae, M. catarrhalis, S. aureus sensível à oxacilina, gonococo ou cepas de E. coli, P. mirabilis, P. vulgaris, Klebsiella, Salmonella, Shigella, anaeróbios (Bacteroides, Prevotella) bcujo mecanismo de resistência à ticarcilina consiste na produção de   lactamases cromossômicasblactamases. Entretanto, o clavulanato não inibe as induzidas em bactérias do gênero P. aeruginosa, Serratia, Enterobacter e Citrobacter. As infecções hospitalares abdômino-pélvicas, respiratórias, de pele e tecido subcutâneo, urinárias, otológicas ou generalizadas (uma vez afastada a meningite), constituem as principais indicações. A posologia é de 100 a 300 mg/kg/dia (máximo de 24 g/dia, da ticarcilina), por via venosa, a cada seis horas.

Diagnósticos:

BACTÉRIAS IMPLICADAS NA DOENÇA PERIODONTAL

 É difícil responsabilizar patógenos específicos para a destruição do periodonto, visto existirem  mais de 300 a 400 espécies encontradas na placa bacteriana. As patologias periodontais observadas não são resultado de uma única bactéria, mas sim de uma associação bacteriana complexa. Certas bactérias são difíceis de cultivo, de mantê-las vivas e, quando sobrevivem, apresentam problemas de taxonomia.  Nos casos de gengivite, a flora supragengival é muito abundante.No curso das periodontites, as taxas elevadas de certas espécies fazem que elas sejam consideradas como patógenos potências. O Actinobacillus actinomycetemcomitans  é considerado por muitos pesquisadores o agente etiológico da periodontite juvenil localizada. Em muitas das investigações há uma proporção substancial de pacientes com outros tipos de periodontites que albergam este patógeno em sítios doentes. Casos de  periodontite refratária de adulto e em outras formas de doença periodontal como: periodontites de evolução precoce, periodontites associadas ao vírus da A.I.D.S., periodontites em diabéticos e nas periimplantites. O Actinobacillus actinomycetemcomitans pode ter uma particularidade de bactéria “clandestina” por ter habilidade em invadir os tecidos periodontais. A leucotoxina, principal fator de virulência, eliminada pelo Actinobacillus actinomycetemcomitans, leva à morte os leucócitos polimorfonucleares. A Porphyromonas gingivalis é um importante microorganismo associado às formas severas de periodontite de adulto e nas periodontites de evolução precoce. O fator de virulência deste anaeróbio estrito é a gengivaína uma enzima do tipo tripsina, que pode ser detectada “in situ” com ajuda de uma reação enzima substrato (BANA). A espécie Prevotella intermedía  é um outro microrganismo anaeróbio estrito que contém pelo menos 2 genótipos e sorotipos. Um genótipo/sorotipo pode estar associado a vários tipos de gengivites  e o outro estar associado a periodontites. A progressão da doença periodontal se dará quando forem encontrados certos patógenos periodontais, como os já citados, em taxas elevadas. Actinobacillus actinomycetemcomitans   (Aa  ³ 0,01%),  Porphyromonas gingivalis  (Pg ³ 0,1%) e  Prevotella intermedía (Pi ³ 2,5%).  Limitar-se a estes três patógenos seria um erro muito grande pois microrganismos como: Bacteroides forsythus, Capnocytophaga sp, Eikenella corrodens, Wolinella recta, Peptostreptococcus micros, Comphylobacter rectus,  algumas espécies de Fusobacterium, algumas espécies de Treponema, e outras bactérias da cavidade bucal também podem funcionar como patógenos potências da doença periodontal.  SLOTS et al., detectaram em bolsas periodontais de pacientes portadores de periodontite severa de adulto, pseudomonas, bastonetes entéricos e espécies de Candida, em especial naqueles pacientes, nos quaís a instrumentação periodontal convencional e a antibioticoterapia falharam. A flora bacteriana que predomina no estado de saúde dos tecidos do periodonto são: cocos Gram positivos imóveis, enquanto que, na doença periodontal, esta flora é composta de microorganismos, principalmente anaeróbios, bastonetes, gram negativos e com motilidade. Acredita-se que  bastonetes anaeróbios gram negativos, bastonetes móveis e espiroquetas são os principais patógenos periodontais.Estas diferenças no perfil bacteriano entre saúde e doença periodontal levam a credito a hipótese de especificidade de placa.


O PAPEL DOS ANTIBIÓTICOS FRENTE À DOENÇA PERIODONTAL

O efeito quimioterapêutico pode ser julgado pela relação da concentração mínima inibitória (C.M.I.) do patógeno, pela concentração da droga alcançada in vivo. Há convicção de que a concentração local no sítio infectado pode amplamente diferir dos níveis sangüíneos. Para que um antibiótico seja efetivo no tratamento periodontal, deve penetrar bem no fluido gengival e atingir altas concentrações daquela concentração mínima inibitória do suspeito patógeno.


Conclusão

 

A raspagem e alisamento radicular em combinação com procedimentos cirúrgicos periodontais constituem a base para a terapia periodontal, solucionando, por si só, a maioria dos casos que se apresentam.

A importância do conhecimento a respeito das bactérias envolvidas no processo da doença periodontal, a determinação de um diagnóstico precoce e a classificação de indivíduos, que devam ser de risco, têm como objetivo determinar a possibilidade de atuação mais concreta.

Em toda prescrição com antibióticos deve ser considerada a historia médica do paciente, bem como avaliação da saúde geral, o potencial dos efeitos colaterais da droga, a possibilidade de interação medicamentosa e deve ser monitorado pelo profissional durante e após  a terapêutica antibiótica na observância de efeitos adversos, sendo muito importante  nos casos de associações de antibióticos.

Em pacientes, que não responderam bem ao tratamento periodontal convencional, é extremamente recomendado uma análise de cultura para selecionar o antibiótico apropriado; isto pode ser determinado por identificação e teste de susceptibilidade da flora bacteriana subgengival.

As tetraciclinas são indicadas para tratamento da periodontite juvenil localizada e podem também trazer benefícios em outras doenças periodontais em que está presente o Actinobacillus actinomycetemcomitans, como a periodontite de rápida progressão.

Pacientes de risco à endocardite bacteriana e portadores de doença periodontal devem receber prévia profilaxia antibiótica convencional com as tetraciclinas, no caso destes pacientes albergarem o Actinobacillus actinomycetemcomitans .

Caso o paciente não tolere as tetraciclinas,  possua Actinobacillus actinomycetemcomitans resistente às tetraciclinas ou que foram tratados com as tetraciclinas mas sem sucesso, pode-se lançar mão de um outro regime alternativo, a associação do metronidazol 250mg e amoxicilina 500mg, 3 vezes ao dia por um período mínimo de 8 dias.

Em pacientes portadores de típica periodontite de adulto: o tratamento periodontal convencional, através de raspagem e alisamento radicular e procedimentos cirúrgicos é efetivo. O tratamento antibiótico nestas periodontites não traz benefícios, exceto nos casos de periodontite de adulto em fase de moderada à avançada, em bolsas profundas  que o metronidazol tem grandes possibilidades de melhorar os parâmetros clínicos e microbiológicos.

Até o presente, existem poucas investigações a respeito da combinação do metronidazol e  amoxicilina ou clavulin (amoxicilina + clavulanato de potássio) e metronidazol. Estudos são necessários para verificar a eficácia destas combinações.

Em relação à tetraciclina na eliminação do Actinobacillus actinomycetemcomitans. Nem sempre as tetraciclinas são eficientes  para a eliminação deste patógeno e, até que se comprove esta combinação, as tetraciclinas continuam sendo a droga de eleição no tratamento do Actinobacillus actinomycetemcomitans associado à doença periodontal

 

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