N. gonorrheae

NEISSERIA GONORRHOEAE

 

1-        Descrição do agente:

Neisseria gonorrhoeae é um microorganismo exigente; necessita de meios de cultura complexos para seu crescimento e é sensível ao ressecamento e à presença de ácidos graxos. Embora isto dificulte o isolamento de microorganismos de amostras clinicas, é, no entanto fácil à transmissão do microorganismo de uma pessoa para outra. A estrutura de N. gonorrhoeae é bem conhecida; entretanto, os nomes dos componentes da parede celular e dos diferentes tipos de colônias formam recentemente modificados, podendo causar certa confusão. Geralmente, a parede celular é Gram-negativa, e a delgada de peptidoglicano esta situada entre a membrana externa. A superfície externa é recoberta por uma cápsula frouxamente associada.

A superfície desta bactéria pode ser recoberta com pili, que são constituídos por proteínas pilinas.

A membrana externa possui três outras famílias proeminentes de proteínas. As proteínas Por – são porinas que formam poros ou canais na membrana externa.

As proteínas Opa – constituem uma família de proteínas de membrana que medeiam a ligação do microorganismo às células epiteliais. O terceiro grupo de proteínas na membrana externa é representado pelas proteínas Rmp – que são muito associadas às proteínas Por.

Outras proteínas associadas aos gonococos incluem uma protease e betalactamase. A protease tem a capacidade de clivar a IgA, enquanto a betalactamase destrói a penicilina por hidrolise.

2 – Fatores de virulência:

A cápsula - antifagocitica.

Pilina – proteína que medeia a fixação inicial às células humanas.

Porina (Por) promove a sobrevivência intracelular ao impedir a fusão dos fagolisossomas nos neutrofilos.

Opacidade (Opa) – medeia a fixação firme às células epiteliais e a invasão celular.

Rmp – protege outros antígenos de superfície dos anticorpos bactericidas.

Tbp1, Tbp2 (duas proteínas de transsferrina) – medeiam a aquisição do ferro para o metabolismo bacteriano.

Lbp (proteína de ligação da lactoferrina) – medeia a aquisição do ferro para o metabolismo bacteriano.

LOS (lipossacarideo) – possuía atividade de endotoxina.

IgA1 – proteasse – detroi a IgA1.

Beta –lactamase – hidrolisa o anel beta – lactâmico na penicilina.

3 – Patogenicidade:

As doenças causadas pela N. gonorrhoeae são as seguintes: Uretrite, cervicite, salpingite, doença inflamatória pélvica, proctite, bacteremia, artrite, conjuntivite, faringite.

4 – Epidemiologia:

A transmissão de N. gonorrhoeae ocorre principalmente por contato sexual.

O risco de infecção em mulheres após uma única exposição a um homem infectado é de 50%, enquanto os homens exibem um risco de cerca de 20% após a exposição a uma mulher infectada. O risco de infecção aumenta em decorrência de múltiplos contatos sexuais com parceiros infectados.

O principal reservatório dos gonococos é o individuo sintomaticamente infectado. É difícil determinar a verdadeira incidência da infecção assintomática. Embora a doença seja mais comumente diagnosticada nos homens do q nas mulheres, o estado de portador assintomático é mais comum nas mulheres do que nos homens. Até a metade de todas as mulheres infectadas apresenta infecções leves ou assintomáticas, enquanto os homens são, em sua maioria, inicialmente sintomáticos. Em geral, os sintomas desaparecem em poucas semanas nos indivíduos com doença não tratada, e pode-se estabelecer o estado de portador assintomático. O estado de portador também é determinado pelo local da infecção, e as infecções retais e faríngeas são mais comumente assintomáticas do que as infecções genitais.

5 – Diagnóstico:

A coloração pelo método de Gram é muito sensível (mais de 90%) e especifica (98%) para a detecção de infecção gonocítica em homens com uretrite purulenta. Todavia, sua sensibilidade é de 50% ou menos na detecção de infecção em homens assintomáticos. O teste também é relativamente insensível para detectar a presença de cervicite gonocítica em mulheres sintomáticas e assintomáticas, embora a obtenção de um resultado positivo seja considerada confiável quando um microscopista experiente detecta diplococos Gram-negativos no interior de leucócitos polimorfonucleares. Desta maneira, a coloração pelo método de Gram pode ser utilizada com segurança para diagnosticar infecções em homens com uretrite purulenta; no entanto, todos os resultados negativos em mulheres e nos homens assintomáticos devem ser confirmados por cultura. A coloração pelo método de Gram também é útil para o diagnostico precoce de artrite purulenta; entretanto, mostra-se insensível para a detecção de N. gonorrhoeae em pacientes com lesões cutâneas, infecções anorretais ou faringite. Os microrganismos comensais do gênero Neisseria encontrados na orofaringe e as bactérias morfologicamente semelhantes no trato gastrintestinal comprometem a especificidade da coloração para estas amostras.

6 – Tratamento:

Penicilina:

-PPNG (penicilinase producing N.G.)

-Transmissão por plasmideos

  • Cefalosporina de terceira geração
  • Eritromicina
  • Tetraciclina
  • Quinolonas.